domingo, 24 de outubro de 2010

Oriente no Ocidente

Em 1986, depois de uma pescaria, eu estava na casa de um grande amigo. Tinhamos capturado diversos peixes, dentre estes alguns robalos e 3 meros (peixe muito grande que hoje é protegido por lei). Um dos convidados era de descendência japonesa e se prontificou a fazer duas iguarias nipónicas: sashimi e conserva de ovas. As ovas de mero ele simplesmente misturou com sal, colocou em um vidro de conserva e guardou na geladeira para futuras aplicações. A história do sashimi é que foi mais engraçada. Enquanto ele me ensinava o corte do peixe, eu fiquei viajando em pensamentos... Jamais imaginei que alguém pudesse comer qualquer tipo de carne sem cozinha-la e eu duvidava que alguém, além do "japa", iria colocar na boca aqueles pedaços crus do alvo peixe. Fizemos 2 bandejas com mais de 50 pedaços de peixe em cada. Levamos para a sala aonde estavam outros 4 amigos. Depois de tomar algumas cervejas Cerma - oriundas especialmente do Maranhão - resolvi colocar aquilo na boca. Na primeira mordida já senti aquela gosma e quase cuspi. Acabei mastigando. Não gostei! Como já estava a caminho da embriaguês, resolvi provar outro pedaço. Resultado: 30 minutos depois os pratos estavam vazios. Alguns mêses depois fui trabalhar como mergulhador em um projeto no resgate de um naufrágio em Recife. No caminho desembarquei no Rio de Janeiro para visitar um dos meus professores de pesca sub chamado Mario Germano Pirajá Martins. Fiquei alguns dias no apartamento dele e em uma das noites ele me convidou para jantar em um restaurante chamado Sushi Bar. Fiquei encantado com aquele barquinho aportando em nossa mesa com todas aquelas iguarias. Uma verdadeira obra de arte. Não poderia ser diferente. Me apaixonei! Hoje acredito que aprendemos a comer o que não gostamos. Muitas vezes levam anos para aceitar algumas comidas. Outras jamais aceitaremos.
Voltando aos tempos atuais, ontem fiz um jantar para amigos (Luiz Fernando e Karina, Hamilton e Leocádia, Henrique e Izabel, Bernardo) e contemporâneos da escola. Dentre os pratos preparados fiz um de origem oriental. Esta é a receita de hoje: Atum em Crosta de Gergelim com Redução de Shoyu.

Foto: Narbal

Nome: Atum em Crosta de Gergelim com Redução de shoyu
INGREDIENTES
500 g de lombo de atum cortado em formato triangular;
Gergelim;
Sal;
½ copo de shoyu;
8 colheres (sopa) de açúcar;
Cebolinha verde fina picada;
Gengibre cortado em tiras finas;
½ copo de vinagre;
1 copo de água;
1 colher (chá) de açafrão da terra;
Azeite.
MODO DE PREPARO
Salgue o peixe e empane com o gergelim. Basta pressionar o gergelim contra a carne do peixe. Reserve. Misture o shoyu com 4 colheres (sopa) de açúcar e leve ao fogo. Quando alcançar a consistência de xarope ralo, retire do fogo.  Em outra panela misture a água, vinagre, gengibre e 4 colheres (sopa) de açúcar. Cozinhe até reduzir a ¼. Descarte a água. Coloque um pouco de azeite em uma frigideira. Quando o óleo estiver quente, grelhe rapidamente o peixe de todos os lados. O peixe deverá ficar completamente cru por dentro. Montagem: Coloque a redução no fundo de um prato. Em cima coloque o peixe fatiado e cubra com o gengibre e a cebolinha verde.

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